No intervalo do jogo, um adepto interpela Pintinho perguntando-lhe:
"Ó Pintinho, tu és cá um artista! Havia alguma necessidade de seres expulso, daquela forma, no último jogo, meu malandro?"
Pintinho, calmamente, responde assim:
"Nesta fase da minha vida como jogador, as pessoas apreciam-me pelo que realmente sou. É desnecessário fingir ser diferente. "
domingo, 8 de março de 2009
sábado, 7 de março de 2009
Uma semana diferente
Chega ao fim mais uma semana. Uma semana diferente. Que inicia um fim-de-semana também ele atípico. Graças ao sucedido na jornada passado, o pintinho não poderá alinhar nesta partida.
Como tudo muda meus senhores. O nosso homem passou por esta semana numa estranha dormência. O sono leve e pouco reparador. A comida, uma sensaboria. Treinou, mas não estava lá. Um crime de lesa futebol é o que é. Roubar o pintinho aos seus, não é. algo que se faça de ânimo leve. E isto, diz muito do estado em que se encontra o futebol português.
Chega ao fim esta estranha e (desejamos) irrepetível semana. Convenhamos, o pintinho não foi feito para a bancada, nem para treinar sem um objectivo. Como explicar ao pintor que os seus esboços nunca conheceram a tela? Como dizer ao músico que a melodia que inicia jamais será cantada?
Não é possível, meus senhores. Mais. Não é desejável!
O quero dizer é que os artistas devem ser protegidos, são espécies raras. Guardiões do sonho e do improvável…Meus senhores, lavro aqui o meu protesto formal contra esta enormidade. Roubam a um homem o seu mais sagrado ritual e roubam ao seu povo momentos de puro prazer futebolístico e, no final de contas, a razão que nos leva todos à bola.
Como tudo muda meus senhores. O nosso homem passou por esta semana numa estranha dormência. O sono leve e pouco reparador. A comida, uma sensaboria. Treinou, mas não estava lá. Um crime de lesa futebol é o que é. Roubar o pintinho aos seus, não é. algo que se faça de ânimo leve. E isto, diz muito do estado em que se encontra o futebol português.
Chega ao fim esta estranha e (desejamos) irrepetível semana. Convenhamos, o pintinho não foi feito para a bancada, nem para treinar sem um objectivo. Como explicar ao pintor que os seus esboços nunca conheceram a tela? Como dizer ao músico que a melodia que inicia jamais será cantada?
Não é possível, meus senhores. Mais. Não é desejável!
O quero dizer é que os artistas devem ser protegidos, são espécies raras. Guardiões do sonho e do improvável…Meus senhores, lavro aqui o meu protesto formal contra esta enormidade. Roubam a um homem o seu mais sagrado ritual e roubam ao seu povo momentos de puro prazer futebolístico e, no final de contas, a razão que nos leva todos à bola.
Pintinho em crescimento
Dia de jogo fora de casa. A equipa dirigiu-se à cidade real, conhecida pelo seu bom vinho e pelos seus sabores gastronómicos. Pintinho nunca a esquecerá, não pelos prazeres da terra, mas por ter sido expulso injustamente da partida. Como consequência, Pintinho não jogará no próximo fim-de-semana.
Ao chegar à cidade, uma repórter local inquiriu Pintinho sobre o processo “Apito Dourado”. Quando questionado sobre a possibilidade da existência de árbitros corruptos, Pintinho respondeu assim:
“Nunca pensei nessa possibilidade, como já devem ter reparado, o Pintinho é um homem global. Em tempos de crise, para o Pintinho, qualquer buraco é uma trincheira. E a minha realidade é o próprio reflexo do actual panorama do futebol nacional e também da própria Nação. Apenas posso dar-me ao luxo de tomar o meu café de manhã. Ritualmente. E, de criar a oportunidade de apanhar um buraco para me abrigar, porque o Pintinho não é homem de ficar à espera que a oportunidade apareça: ele cria-as!
Em relação aos senhores do apito, só tenho a dizer que eu ainda sou um Pintinho e não um Pinto...”
Ao chegar à cidade, uma repórter local inquiriu Pintinho sobre o processo “Apito Dourado”. Quando questionado sobre a possibilidade da existência de árbitros corruptos, Pintinho respondeu assim:
“Nunca pensei nessa possibilidade, como já devem ter reparado, o Pintinho é um homem global. Em tempos de crise, para o Pintinho, qualquer buraco é uma trincheira. E a minha realidade é o próprio reflexo do actual panorama do futebol nacional e também da própria Nação. Apenas posso dar-me ao luxo de tomar o meu café de manhã. Ritualmente. E, de criar a oportunidade de apanhar um buraco para me abrigar, porque o Pintinho não é homem de ficar à espera que a oportunidade apareça: ele cria-as!
Em relação aos senhores do apito, só tenho a dizer que eu ainda sou um Pintinho e não um Pinto...”
O Pintinho é um homem do povo.
Pintinho e o "País das Maravilhas"
Era ainda muito cedo e a rua estava quase deserta. O nosso herói passou apenas por dois jovens que regressavam de uma merecida noite de borga. Pensaram que ele regressava com eles. Mas não. O nosso homem acordara cedo.
Entrou no café, esfregou as mãos, desejou bom dia e pediu uma bica ao senhor Carlos. Mais uma esfregadela de mãos enquanto se encostou ao balcão. O cheiro a galão e torradas confortou-o. Reconheceu-se. Ohou para os sítios do costume e viu que estava tudo no mesmo lugar. Onde é suposto. Entre um ou outro cumprimento, iniciou-se a conversa.
"Ouve lá, eu consigo bilhetes semanais para O "País das Maravilhas"por vinte euros. Também queres?". "A sério?", perguntou, ainda pouco entusiamado (quiçá desatento), enquanto dava o primeiro gole no seu café. O primeiro passo do ritual que marcava irreversivelmente o começo do dia de trabalho e o fim do descanso.
Ao segundo gole, já mais desperto, lembrou-se que se tinha comprometido a ir à EuroDisney.
O Pintinho chegou a vacilar. Entre a "EuroDisney e o "País das Maravilhas"...
Mas ao terceiro e último gole no café (este já mais apressado), declinou a oportunidade e saiu justificando-se com a necessidade de ir fumar um cigarro.
Lá fora.
Bendita lei.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Pintinho sondado pelo Benfica
Pintinho foi sondado pelo Benfica. Estamos em condições de confirmar este exclusivo ao pintinhoacreditaacreditapintinho. Em declarações inéditas, Pintinho afirmou que "em democracia tudo pode acontecer" e que "não sei o que o futuro me guarda". Cloncluiu ainda que "o futuro a Deus pertence", naquilo que nos pareceu uma clara tentativa de ganhar votos na Comunidade luso-brasileira. Isto sem antes não ter deixado de confirmar as suspeitas de que o ídolo da sua vida era o Eusébio. A comunidade luso-africana bateu palmas e nós acabámos por enviar um convite para ser seguidor do pintinhoacreditaacreditapintinho à Sara Tavares (Sara, diz alguma coisa. A malta está à espera.). Quando lhe perguntámos que sentia ao proferir tais declarações, tornou-se evasivo e disse, com um sorriso nos lábios, "que não era diferente da maioria dos portugueses". Questionámos, então, o porquê de ser ele o escolhido para representar tamanha instituição. Respondeu-nos que era "apenas candidato". E que quer ser mais um a contribuir para o crescimento.
Manuel Machado, evasivamente, declarou que "o jogador em questão precisa do aumento de temperatura dos seres da espécie humana, para que possa alcançar os seus objectivos na agremiação em causa". Depois de vários estudos linguísticos, concluímos que o que ele queria dizer é que o jogador necessita do calor humano para vingar no Benfica.
Vamos todos gritar bem alto "Acredita Pintinho". Ele vai lá estar. Do nosso lado. Yes we can!
Manuel Machado, evasivamente, declarou que "o jogador em questão precisa do aumento de temperatura dos seres da espécie humana, para que possa alcançar os seus objectivos na agremiação em causa". Depois de vários estudos linguísticos, concluímos que o que ele queria dizer é que o jogador necessita do calor humano para vingar no Benfica.
Vamos todos gritar bem alto "Acredita Pintinho". Ele vai lá estar. Do nosso lado. Yes we can!
quinta-feira, 5 de março de 2009
O Pintinho é um gajo macio, mas...
À semelhança de Fernando Pessoa, ao Pintinho tudo interessa e nada o prende. Vai a todas, sonhando levar a multidão ao clímax; passa por eles e não os vê, mas o seu corpo é galvanizado pelas vozes que se levantam, o eco faz-se sentir nos seus dribles... Drible a drible, relêem as páginas de história recriadas a cada desnível do relvado. Todos falam dele mas ninguém o conhece. A sua visão de jogo consegue ludibriar o espectador mais atento.
Na verdade, assim como Fernando Pessoa, ele é do tamanho do que vê e não do tamanho da sua altura.
Na verdade, assim como Fernando Pessoa, ele é do tamanho do que vê e não do tamanho da sua altura.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Objectivamente falando
O Pintinho, meus senhores, é um extremo à moda antiga. Tem um futebol clássico, que deve ser apreciado bem de perto. Em vias de extinção, como o lince da malcata ou os enchidos regionais, não é experiência para ser fruida pelos fracos de corpo ou de espiríto. Quem a Loulé se dirigir num fim-de-semana desportivo, deve munir-se de muita calma, porque o espectáculo meus senhores, ainda que deleite os olhos é pleno de arrepiantes arrancadas e dribles.
Com uma fiel falange de apoio, que o acompanha em semanas alternadas, resiste ao tempo como uma imponente sequóia. Não lhe falem de transições pra frente e transições pra trás que o futebol para ele é o que sempre foi – um para um e bola no ponta-de lança. O problema é encontrar, nos tempos que correm, um ponta-de-lança à moda antiga. Que desperdício, meus senhores. O Pintinho surge pela direita, surge pela esquerda, sempre na mesma faixa de terreno, que conhece como a palma dos pés, respaldado pelo calor e apoio das suas gentes, que de perto o acompanham. Todos nós sabemos, e em surdina comentamos, que é o último da sua espécie. Mas falta-nos a coragem para dizer em voz alta esta verdade incontornável.
Meus caros senhores, o pintinho toma o seu café de manhã. Ritualmente. E na vida, podemos contar com a sua presença inexorável e com a sua disponibilidade imensa. Mas de tudo isto não retirem a ideia de que é um bota de elástico, um indivíduo previsível e sem rasgo. Nada mais longe da verdade. É que o nosso herói encontra nos rituais o seu chão, o plano onde assenta firme um conjunto de valores futebolísticos e humanos.
É com essa âncora bem firmada ao real que ele se liberta. E naquela estreita e verdejante faixa de 3 por 100 metros, o Pintinho, meus senhores, sobe aos píncaros do sonho e liberta nos olhares da sua gente instantes de pura arte ou disparate. Por lá passam em breves 90 minutos, um jovem Best procurando eternamente mais um drible e mais um gole ou o velocista Ntsunda trocando a baliza pela linha de chegada.
Meus senhores, fazem falta mais homens como o Pintinho. Extremos. De extremos. Sem medo de arriscar e sem receio de se oferecerem aos seus, subindo ao topo da montanha da glória e de lá caírem a pique na fogueira atiçada pela turba ingrata.
E domingo lá estaremos. Pela manhã um café, ritualmente. Pela tarde, uma arrancada, um drible, um cruzamento e tudo corre bem.
Com uma fiel falange de apoio, que o acompanha em semanas alternadas, resiste ao tempo como uma imponente sequóia. Não lhe falem de transições pra frente e transições pra trás que o futebol para ele é o que sempre foi – um para um e bola no ponta-de lança. O problema é encontrar, nos tempos que correm, um ponta-de-lança à moda antiga. Que desperdício, meus senhores. O Pintinho surge pela direita, surge pela esquerda, sempre na mesma faixa de terreno, que conhece como a palma dos pés, respaldado pelo calor e apoio das suas gentes, que de perto o acompanham. Todos nós sabemos, e em surdina comentamos, que é o último da sua espécie. Mas falta-nos a coragem para dizer em voz alta esta verdade incontornável.
Meus caros senhores, o pintinho toma o seu café de manhã. Ritualmente. E na vida, podemos contar com a sua presença inexorável e com a sua disponibilidade imensa. Mas de tudo isto não retirem a ideia de que é um bota de elástico, um indivíduo previsível e sem rasgo. Nada mais longe da verdade. É que o nosso herói encontra nos rituais o seu chão, o plano onde assenta firme um conjunto de valores futebolísticos e humanos.
É com essa âncora bem firmada ao real que ele se liberta. E naquela estreita e verdejante faixa de 3 por 100 metros, o Pintinho, meus senhores, sobe aos píncaros do sonho e liberta nos olhares da sua gente instantes de pura arte ou disparate. Por lá passam em breves 90 minutos, um jovem Best procurando eternamente mais um drible e mais um gole ou o velocista Ntsunda trocando a baliza pela linha de chegada.
Meus senhores, fazem falta mais homens como o Pintinho. Extremos. De extremos. Sem medo de arriscar e sem receio de se oferecerem aos seus, subindo ao topo da montanha da glória e de lá caírem a pique na fogueira atiçada pela turba ingrata.
E domingo lá estaremos. Pela manhã um café, ritualmente. Pela tarde, uma arrancada, um drible, um cruzamento e tudo corre bem.
terça-feira, 3 de março de 2009
Lição nº 3
O Pintinho é um homem global. Em tempos de crise, para o Pintinho, qualquer buraco é uma trincheira.
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